a copa do mundo
Como um castelo de cartas, a história recente do ciclismo mundial desmoronou-se quando Eufemiano Fuentes surgiu em cena. O principal protagonista da Operação Puerto deixou a nu a cultura de doping praticada pelos homens a quem ele transformava em campeões do ciclismo. Mas o médico espanhol também deixou a sua marca no mundo do futebol.
“O que um ciclista toma não é nada comparado com um futebolista”
Na preparação de um livro sobre a extensa presença do doping no ciclismo, o jornalista inglês David Walsh conversou durante horas com Tyler Hamilton. O ciclista, membro da equipa US Postal liderada por Lance Amstrong, foi um dos primeiros a cair na rede de perseguição ao doping no ciclismo a meados dos anos 2000. Uma rede habilmente tecida desde Espanha por um conjunto de médicos liderados por Eufemiano Fuentes.
Nessa conversa, que o jornalista britânico mais tarde fez pública através das redes sociais, Hamilton confessou-lhe que Luis del Moral, um dos homens de confiança de Fuentes e o seu médico pessoal dentro da estrutura da equipa norte-americana, lhe tinha afirmado que os produtos que lhe davam a tomar não eram nada em comparação com o que ele tinha administrado a futebolistas. Del Moral foi banido para o resto da vida em 2012 quando se deu por provado que ele era um dos administradores de drogas para a equipa americana. E na realidade, a sua carreira médica tinha começado no mundo do futebol espanhol antes de chegar ao ciclismo. O médico trabalhou no final dos anos noventa com Barcelona e Valência, clubes que mais tarde procuraram negar essa colaboração. As informações da sua passagem no mundo do futebol foram eliminadas da sua página profissional mas um “screenshot” da mesma preserva a verdade. Investigando nos registos da época é relativamente fácil encontrar fotos do médico em Mestalla e no Camp Nou. Curiosamente, ou talvez não, os anos em que Del Moral trabalhou com ambos os clubes as equipas acabaram por alcançar notáveis performances