A Construção dos Dogmas: Os quatro primeiros Concílios Ecumênicos
André Sarkis Castilho
(Graduando – Universidade Federal de Ouro Preto) andresarkis@gmail.com Orientador: Prof. Ms. Renato Viana Boy
Doutorando Universidade de São Paulo
Este trabalho visa analisar a construção dos principais dogmas cristãos, usando como marcos os quatro primeiros Concílios Ecumênicos: Nicéia (em 325); Constantinopla (381); Éfeso (431) e Calcedônia (451). Vale ressaltar a grande importância destes eventos, uma vez que colaboraram evidentemente para a construção de alguns dos principais preceitos do cristianismo. As discussões dogmáticas tiveram grande peso, não somente nos eventos supracitados, mas em todos os sete primeiros concílios. Aponta-se, ainda, que tais debates eram mais valorizados por parte dos cristãos ortodoxos (orientais) do que entre os latinos (ocidentais). Os principais expoentes destes encontros foram os membros da Ortodoxia cristã, ou seja, os membros provindos do Oriente (Alexandria, Antioquia, Constantinopla etc.). É importante lembrar que por ortodoxia devemos considerar a Igreja como conservadora, dotada de uma tradição rígida e, de certa forma, difícil de transformar.
Os Concílios Ecumênicos possuem um caráter de universalismo (do grego oikumene), ou seja, deveria contar com a presença de representantes de todos os bispados do mundo cristão.
O Papa Gregório Magno1 (540 - 604) comparou os quatro primeiros, por causa da sua autoridade, com os quatro evangelistas, porque eles definiram os dogmas fundamentais da Igreja: o dogma trinitário e o cristológico. (JEDIN, 1961, p.11).
Assim, é importante que se efetue um estudo sobre a realização e o conteúdo de cada um desses Concílios, as questões surgidas e as soluções encontradas.
A proposta deste trabalho é, então, possibilitar uma reflexão embasada nos exemplos de alguns dogmas gerados de maneira construída, isto é, que tornaram-se inquestionáveis (tanto no Cristianismo grego quanto latino) após