A Constru O Da Doen A

A Construção da Doença
Vivemos em uma sociedade de rótulos, não importa o que o individuo sente, importa o rótulo que conquistou. Há policias e bandidos, morais e imorais, prostitutas e puritanas, heterossexuais e homossexuais, no final, uma guerra sem fim de rótulos em uma sociedade de títulos. Imbecis com doutorado e gênios sem educação básica. O produto humano nunca foi tão desqualificado. O exercício de cidadania se transformou num jogo de aparências, uma espécie de BBB social, onde o sujeito é vigiado o tempo todo, é a microfisica do poder ( Foucalt), quando o governo não está presente tem os vizinhos, os colegas, os motoristas, os pedestres, etc. são discípulos de um poder que ganhou força pela alienação dos sujeitos, resta afirmar que o poder não são “eles” e sim, embutido no comportamento das pessoas, que cheios da moral e dos bons costumes, vigiam escancaradamente a vida alheia. O vigiado por sua vez acaba, sem refletir, reproduzindo estas e outras ideologias, construindo para si uma “personalidade”, que ao longo da existência ficará presa a sua caricatura, que com o tempo chamará de “rosto”. Ao perder a identidade a partir deste adestramento civilizatório o homem se perde, passa a fazer parte de outra espécie. A China não tem problemas de falta de hospitais ou medicamentos, a cultura interfere substancialmente na rotina das pessoas, onde elas constroem a sua saúde a partir de terapias alternativas, de reflexão e principalmente de espiritualidade que nada tem a ver com religião. Descobrir o papel existencial pode ser o caminho, pode ser a salvação, pode ser o abandono do “eu sou” para as infinitas possibilidades da vida, o “eu” deveria ser suprimido da coletividade. O problema está na capacidade suprema de Assimilação dos rótulos que sem querer querendo assumem o lugar do sujeito, a doença passa a ser o sujeito e o sujeito um objeto invisível que preferiu desaparecer a ter que mostrar sua verdadeira identidade, “é melhor ser alegre que ser