“A classe operária vai ao paraíso” - Direção de Élio Petri 1971
O filme se passa em uma fábrica que produz peças para motores. A jornada de trabalho inicia com manifestações de estudantes e sindicalistas no portão. Ao adentrar são saudados ao som de um alto-falante que busca incentivá-los ao bom desempenho e lembrado do cuidado com a manutenção das máquinas, oque deixa alguns trabalhadores revoltados. Por outro lado Lulu um operário modelo, muito produtivo com grande concentração dita o ritmo de trabalho. Os colegas no trabalho o chamam de “puxa-saco” e por isso ele é de desprezado e sente-se injustiçado pelos colegas.
Em casa a mulher reclama a falta do marido e ele tenta jogar a culpa nela. Lulu tornou-se uma pessoa neurótica, enquanto dorme mexe com o dedo como se ainda estivesse trabalhando. Ele tem 04 despertadores para não perder o horário, está envelhecendo precocemente, tem úlcera, fuma compulsivamente, já teve duas intoxicações por tinta e é obcecado com a ordem das coisas.
Os conflitos familiares de Lulu ocorrem também com seu filho Armando que tem como pai o atual marido de sua ex-mulher. Por outro lado enche o filho de sua atual mulher de presentes, entulhando o pequeno apartamento em que os três moram. Lulu gasta todo dinheiro que ganha satisfazendo os desejos consumistas de sua mulher e ainda é proibido de ver televisão.
Ao visitar um antigo operário no hospício ele e pergunta como este percebeu que estava ficando louco, Militina descreve sua obsessão pela ordem das coisas e em seus pensamentos imagina que ainda esta na fábrica trabalhando. Quando Lulu pergunta por que o internaram. Militina faz a pergunta que muitos trabalhadores gostariam de fazer: “O que produzimos na fábrica?”, ao ver que Lulu tem dificuldade em responder o que passa anos de sua vida a produzir, Militina afirma: “Um homem tem o direito de saber o que fabrica, para que serve. Sim ou não?”.