A casa fechada
Logo estes que estavam ali começaram a falar do acontecimento da casa vizinha. O moleque que trabalhava no correio estava escondido nos fundos da tal casa a fim de ouvir alguma coisa, mas estava tudo fechado e escuro. Não demorou e dona Eudóxia, a agente do correio, apareceu na porta, ofereceu um café e todos ficaram ali sentados esperando que Maria das Dores saísse da casa. O boato que corria era o de que ela ia tomar o trem das sete.
Depois chegou dona Ricota fingindo não saber do caso, mesmo já tendo ouvido a história duas vezes pela boca de Geraldinho. Todos estavam ali esperando Maria das Dores passar.
Por último chegou Geraldinho. Dona Ricota pediu que ele contasse o caso, falou que não prestara atenção quando viu ele contar pra outras pessoas. Então ele repetiu a história pro grupo. Ele estava passando pelo beco às onze horas e viu um vulto pulando dentro da casa e depois sair correndo pela porta e sumir. Depois viu Matias pegar a esposa e exigir o nome do fugitivo. Pegou o chicote e batia nela, queria o nome do amante. Ela chorava baixo pra não acordar os filhos, mas com o tempo as chicotadas começaram a tirar sangue e aí ela gritou, mas não falava o nome do outro. Matias falou que se não falasse o nome ia embora e nunca mais ia ver os filhos, mas ela continuava em silêncio. Ele batia e chorava até que os filhos acordaram porque a mãe começou a gritar mesmo. Ela não disse o nome do amante e era por isso que partia no trem das sete.
As mulheres sentiram por ela um pouco de dó, mas os homens não. Achavam Matias até bondoso porque