A CABANAGEM
Cabanagem ocorreu entre 1832 e 1840, durante o período Regencial do Brasil (1831-1840), a província do Pará foi cenário de uma sublevação popular conhecida como Guerra dos
Cabanos ou Cabanagem, que por um período conseguiu unir amplos setores sociais: escravos foragidos, camponeses, índios, mestiços, trabalhadores independentes e até mesmo comerciantes portugueses e ingleses e parcelas da elite local. Mas a maioria dos insurretos, e os mais dedicados à rebelião, provinham das camadas mais pobres. Erram os cabanos, o pobre do Pará. Moravam num barraco de madeira e bambu, em cima do pântano, entre cobras, mosquitos transmissores de doenças, vermes e fome. Trabalhavam muito, mas viviam mal.
Porque os frutos do seu trabalho iam quase todos para os latifundiários e para os grandes comerciantes que dominavam a província. Em todos os cantos, os pobres sussurravam entre os dentes: terra para o povo, liberdade e igualdade.
A província do Grão-Pará, na época da Cabanagem, compreendia o atual estado do Pará e a comarca do Rio Negro, hoje o Estado do Amazonas. A região tornou-se independente no
Maranhão em 1772; até esse período, manteve poucos contatos com o Rio de Janeiro, pois seu governo era nomeado diretamente pela metrópole. As atividades econômicas baseavam-se no extrativismo dos produtos da floresta e em uma pequena produção de tabaco, cacau, algodão e arroz. O comércio, feito basicamente pelo porto de Belém, estava sob o virtual monopólio dos portugueses e de alguns negociantes ingleses.
Após a abdicação do imperador; ocorreram na província manifestações contra a interferência do Rio de Janeiro na administração local, uma vez que grande parte da população pretendia a volta de D. Pedro I e não reconhecia o governo regencial. Em 1832, um levante armado impediu a posse do governador nomeado pela Regência e reivindicou a expulsão dos portugueses, responsabilizados pela miséria reinante.
Em 1833, o novo governador nomeado para o Pará Bernardo Lobo de Sousa,