A AÇÃO INTEGRALISTA BRASILEIRA DE 1932 A 1945: UMA AMEAÇA FASCISTA NO BRASIL?
1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho traz à luz a existência de um movimento de extrema direita no Brasil, a AIB – Ação Integralista Brasileira, que teve sua efervescência, especialmente, do seu nascedouro em 1932 até 1945, com a criação do Estado Novo por Getúlio Vargas. A AIB – Ação Integralista Brasileira foi fundada em outubro de 1932, com o lançamento do interessante “Manifesto de Outubro”. Liderada por Plínio Salgado (1895-1975) e colocada na mídia através de um jornal chamado “A Razão”. Por mais interessante que possa parecer o movimento não começou tímido, pois em seu primeiro ato público realizado em 1933 com uma marcha em São Paulo, reuniu cerca de 40 mil integrantes para lançar Miguel Reale (1920-2006) como candidato à Assembleia Constituinte de 1934. O presidente da República Getúlio Vargas assistia com simpatia a evolução do movimento integralista que dava-lhe apoio e prestígio. Em 1936 a Ação elegeu cerca de 500 vereadores, 20 prefeitos e quatro deputados estaduais e obteve cerca de 250 mil votos, uma expressiva votação para o contexto político da época. Em 1937 com o golpe de Estado realizado por Getúlio Vargas, criando o Estado Novo, a AIB deixa de existir legalmente no Brasil como partido, porém sua influência continua a dar focos de existência como matriz ideológica de grupos políticos posteriores de extrema-direita. Passeando pela história do integralismo que inicia-se nas primeiras décadas do século XX, notamos que em suas características de extrema-direita, uniformização, pregação de proteção à família, cristianismo, além do autoritarismo e conservadorismo, encontram-se no partido elementos comparáveis a movimentos totalitários que o próprio integralismo