A arte do jornalismo
Guilherme Fonseca Oliveira
O livro do jornalista Ricardo Noblat "A Arte de Fazer Um Jornal Diário" (Editora Contexto, 2002, 8ª edição - 2012) aborda em apenas oito capítulos, diversos aspectos do jornal e do jornalista da atualidade. Uma obra escrita com uma linguagem de fácil assimilação, uma leitura útil a jornalistas com ou sem experiencia, e também a qualquer um interessado em saber mais sobre o jornalismo em geral.
Muito se discute - no âmbito da globalização e do bombardeio de informações - sobre os deveres e condutas dos jornalistas nos dias de hoje. Alguns jornais buscam incessantemente por noticias bombásticas para vender cada vez mais. Outros jornais - segundo Noblat, mais corretos - procuram informar o leitor, ao mesmo tempo buscando incentivar uma consciência crítica.
O autor - Pernambucano de criação e formação, blogueiro e colunista do jornal "O Globo", com mais de 40 anos de experiência na profissão - começa o livro com um diálogo fictício entre um jornalista e um curioso cidadão. Esta conversa aborda, de forma cômica e envolvente, uma decadência no jornalismo em geral, especialmente após as invenções da tv e da internet.
No capítulo inicial, Noblat afirma que os grandes culpados pela decadência dos jornais impressos são os empresários (donos) e os próprios jornalistas. Porém infelizmente esse é o mundo que existe hoje, onde quase todos os empresários só querem lucrar. A maioria não pensa - assim como Noblat - que o verdadeiro jornal deveria ser "um espelho da consciência crítica de uma comunidade", culminando em notícias de conteúdo fraco, com o único objetivo de vender mais jornal.
Usando uma linguagem não rebuscada, o autor escreveu um livro de conteúdo riquíssimo. Ao debater sobre a morte do jornalista Tim Lopes, Noblat alega que houve soberba do jornal no qual Tim trabalhava. Porém foi um pouco rígido ao dizer que também houve excesso de vontade por parte do falecido, que só estava fazendo seu trabalho.
Em outro