A AGUA MAGICA
A comunicação organizacional pode ser pensada sob diversas perspectivas. Algumas, particularmente pautadas pela lógica de mercado, inclinam-se às simplificações, seja no sentido de sua concepção, seja no de suas práticas. De modo geral, apenas procuram dar conta das necessidades de informação imediata, observando aspectos econômico-temporais, ou seja, dentre outras coisas, tendem a realizar o que tiver o menor custo financeiro, no menor espaço de tempo e/ou envolvendo o menor número de pessoas.
Mesmo aceitando-se que, muitas vezes, essas simplificações sejam necessárias, por exemplo, para que um determinado projeto possa ser implementado, a inconsistência e/ou incoerência parece estar em se reduzir a idéia de comunicação organizacional a isso. Portanto, o problema não está nas necessárias simplificações operacionais, mas, fundamentalmente, no fato de essas concepções simplistas imporem-se conceitualmente como sendo “a” comunicação organizacional.
Posturas/atitudes simplistas tendem a subestimar a outra força em relação de comunicação à medida que desconsideram, por exemplo, as competências cognitivas da alteridade. Assim, ao assumir tais posturas/atitudes está-se inclinado, em algum nível, a agir como que por ‘esquecimentos’. Dentre outras coisas, tende-se a esquecer que: 1) a alteridade é força em relação (dialogismo[1]); 2) os sujeitos são ativos e atualizam diferentes competências; 3) os sujeitos interpretam (atribuem/reconhecem sentido) a partir de seus repertórios/conhecimentos prévios, de seus desejos e objetivos, de sua cultura e imaginário; 4) a alteridade pode se apropriar dos códigos lingüísticos e culturais para agir estrategicamente, seja no sentido da cooperação e/ou da resistência; e 5) as estratégias de comunicação e cognição atualizam-se no acontecer. Geralmente, atitudes simplistas sobrepõem-se à postura de humildade e respeito frente ao ‘outro’ (alteridade).
À luz dessa reflexão,