vitrúviu- livro oitavo
Adson Cristiano Bozzi Ramatis Lima
Introdução
“Tendo, por conseguinte, a sabedoria natural concedido não ao conjunto dos povos, mas a uns poucos homens dispor de tais capacidades; devendo o ofício do arquiteto ser exercitado em todos os saberes e, podendo a mente, em virtude da dimensão da matéria, ter além do necessário, não toda, mas uma pequena noção das ciências, peço, ó César, tanto a ti quanto aos que hão ler estes livros, que ignorai o que vier a ser explicado em pouca concordância com as leis da gramática. De fato, como não sou filósofo, nem orador eloquente, nem gramático versado em todas as regras do ofício, mas sim arquiteto, imbuí-me de escrevê-los da maneira que se segue.” (2)
No estudo História da arte uma questão é de capital importância: quando, exatamente, teria surgido a arquitetura? Isto é, quando e em que região geográfica precisa, certos trabalhadores que se ocupavam de construções passaram a ser conhecidos pela denominação específica – ou foram "agraciados" com este "título" de caráter hierárquico ou diferenciador – de arquitetos, destacando-se, portanto, do corpo do restante dos trabalhadores envolvidos no processo construtivo. Estamos partindo da premissa de que quando houve um objeto ao qual foi conferido o epíteto de construção, houve, igualmente um construtor, ou construtores. E, em um determinado momento, construção e construtores foram socialmente reconhecidos e designados com os conceitos de arquitetura e arquitetos. Mas, quando, precisamente, isto ocorreu? E, sobretudo, haveria uma continuidade histórica do conceito forjado neste caput?
Podemos muito bem pensar que tais reconhecimento e denominação não se produziram, necessariamente, no momento do surgimento do objeto, e que poderiam muito bem ser posteriores, ou mesmo anteriores ao processo. Poder-se-ia tratar de um caso de anterioridade