Virtudes filosofica
O movimento sofístico veio para romper com a tradição grega em que imperava a preocupação do filósofo pela cosmologia, natureza e religiosidade. A partir da sofística, o homem tornou-se o centro das atenções. E, com ele, vieram à tona as discursões sobre os interesses comunitários, os discursos e elocuções públicas, a manifestação e deliberação em audiências políticas, o convencimento dos pares, o alcance da notoriedade no espaço da praça pública e a demonstração pelo raciocínio dos ardis do homem em interação social. Todos esses atos implicavam um bom domínio da palavra e do poder de convencimento. Por isso, os sofistas encontraram nas multidões e nos auditórios um público ávido de conhecimento retórico.
Sócrates e Aristóteles opunham-se a ser o sofismo uma escola filosófica, e, Platão os concebia como homens desconhecedores das coisas, pseudo-sábios, cuja força estava apenas no discurso. Os sofistas eram tratados como um conjunto indiferenciado de pensadores e técnicos da palavra. Contudo, o momento vivido pela Grécia, chamado “século de outro da civilização grega”, propiciava a que as qualidades dos sofistas fossem admiradas. Aspectos como estruturação da democracia ateniense, participação popular no poder, expansão das fronteiras, necessidade de domínio da técnica de falar, para uso em assembleia, tornaram os sofistas pessoas importantes no preparo de jovens, na dinamização de auditórios, no fornecimento de técnicas aos pretendentes de funções públicas notáveis, entre outros. Nisso os sofistas eram notáveis, eles mostraram a importância da técnica para a dominação do discurso em assembleia e trouxeram o homem para o centro das especulações humanas.
A técnica argumentativa que pedia o discurso sofístico despertou o interesse de muitos, inclusive daqueles que precisavam estar diante da tribuna, perante os magistrados. A argumentação tornou-se meio de se definir o justo e o injusto. Isso favoreceu o