Virtude cívica- Nicolau Maquiavel e Monteesquieu

1 – Introdução.
O presente artigo tem por objetivo analisar dois célebres e consagrados autores, Nicolau Maquiavel e Charles-Louis de Secondat, destacando os aspectos convergentes e divergentes, buscando enfocar as principais ideias e inovações trazidas por esses, notadamente em relação à virtude cívica, leis, a democracia e os costumes de um povo. Por meio de citações retiradas de suas grandiosíssimas obras, tentar-se-á legitimar as afirmações e colocações em relação ao posicionamento e às teorias de ambos, promovendo um material mais claro e conciso.
2.1 – Nicolau Maquiavel
Maquiavel nasceu em 3 de maio de 1469, foi um historiador, poeta, diplomata e músico italiano do Renascimento, é conhecido como o “fundador” do pensamento político moderno por elaborar teorias e formas diversas de aquisição e manutenção do poder em principados. É evidente que recebeu esse título devido por ser o primeiro a separar a moral da política, ou seja, não utiliza de pressupostos religiosos dogmáticos para explicar eventos políticos. Contudo, esse assunto demanda grande atenção. Se assumirmos que Maquiavel não utiliza da moral para explicar política, estaríamos extremamente equivocados, uma vez que ele se apoia na ética aristotélica para explicar principalmente a virtú e fortuna dos homens, esses sendo súditos ou soberanos.Destarte, é evidente que renega a moral cristã. Dessa forma é natural notar que Maquiavel se estreita a valorizar a manutenção do poder e não o meio pelo qual ele foi adquirido, valorizando-se, assim, a previsibilidade do principado. Portanto, a única maneira de legitimar ou não um governo é analisando a estabilidade do mesmo, sendo desprezível o método de aquisição. Ficar-se-á mais claro nas palavras do próprio:
...na conduta dos homens, especialmente dos príncipes, da qual não há recurso, os fins justificam os meios. Portanto, se um príncipe pretende conquistar e manter um Estado, os meios que empregar serão sempre tidos como honrosos, e elogiados por