violência no Brasil, contexto atual
Resolvendo os conflitos por meio da violência. Esta é a tendência que temos observado no Brasil. De acordo com o Mapa da Violência 2013 – Mortes Matadas por Armas de Fogo, estudo finalizado recentemente pelo sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, a violência continua crescendo de forma preocupante no Brasil, sendo comparável a países que vivem em conflitos e guerra.
O estudo, que abrangeu as últimas três décadas, de 1980 a 2010, constatou que houve um aumento percentual significativo do número de assassinatos no país, sendo as armas de fogo o meio responsável pela quase totalidade dos casos.
Somente no ano de 2010, 38.892 pessoas foram mortas por armas de fogo (AF) no Brasil, o que resulta num número de 108 mortes por dia. Vítimas de homicídio atingiram cerca de 94% de casos em 2010, sendo que em 1980, os homicídios como causa de morte por AF eram 70% dos casos. Outras causas de mortes por AF são o suicídio, os acidentes etc.
De acordo com o estudo, tivemos, nesses 30 anos, um crescimento de cerca de 502% na taxa de homicídios no Brasil e também um aumento definitivo do uso de armas de fogo como meio quase que exclusivo para os assassinatos. Isso mostra que a violência armada indiscriminada no Brasil transformou-se num caso extremamente sério, sendo comparável ou, muitas vezes, superior a países que vivem em guerra, que passam por genocídios, conflitos étnicos, entre outros motivos.
O próprio autor do estudo utiliza um relatório publicado em 2011 pelo Secretariado da Declaração de Genebra, Relatório sobre o Peso Mundial da Violência Armada, como forma de comparação para entendermos os números da violência no Brasil. O relatório mostra todos os 62 conflitos armados (entre esses: Afeganistão, Colômbia, Somália, Israel-Palestina, Iraque, Sudão, etc) que ocorreram no mundo, entre 2004 e 2007. O número de mortes total foi de 208.349. Nesse mesmo período, o número de homicídios no Brasil foi de 192.804. No Brasil alcançamos, praticamente, o