Violencia no namoro
“Constituindo a violência no namoro uma experiência pessoal caracterizada por sentimentos de vergonha, embaraço, a grande maioria dos jovens não procura ajuda”, adiantou a autora de um estudo sobre este tema.
O medo de serem culpabilizados, de que o segredo não seja preservado, que os adultos os pressionem para terminar a relação, acharem que não vão ser ajudados, temerem punições parentais (muitas relações são proibidas pelos pais), faz com que os jovens não contem o que estão a passar.
Amigos são os principais confidentes
Os seus “principais confidentes” costumam ser os amigos, mas, na grande maioria, “não reúnem condições” para dar o “devido apoio”, ou porque também estão envolvidos em relações abusivas ou porque “legitimam um conjunto de crenças perpetuadoras do fenómeno”, explicou a investigadora da Universidade do Minho, que falava à Lusa a propósito do Dia dos Namorados.
Para despertar os jovens para esta problemática, a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) tem realizado campanhas que alertam para a importância de valorizar todos os atos de violência, comportamentos puníveis criminalmente.
“É fundamental investir na aproximação a estes jovens para os sensibilizar e promover neles uma postura de maior pró-acção quando estas situações lhe chegam”, disse Manuela Santos, da APAV.
A decisão de um jovem apresentar queixa ou expor esta experiência a um agente de autoridade “não é fácil de tomar”, preferindo dirigir-se a uma instituição de apoio. “A APAV recebe alguns pedidos de ajuda de jovens que partilham connosco as suas experiências de vitimação e nos pedem apoio e encaminhamento sobre o que podem fazer do ponto de vista legal”, contou Manuela Santos, adiantando que essas