Villa Reloaded
Todas as três casas estão estruturadas em função da importância do espaço de convívio, sempre central e articulador dos ambientes secundários. Todas as três, cada uma em sua época e contexto específico, expressam a mesma vontade do homem de conversar com a paisagem de maneira harmoniosa e colocam a mesma questão: É a construção centralizada que forma o remate da colina ou, pelo contrário, é a colina que se ergue, através do edifício?(1)
Na Villa Rotonda, a regularidade da forma atesta a base clássica do maneirismo de Palladio na passagem do renascimento para o barroco. A planta quadrada é perfeita para dar importância à sala principal, localizada em seu centro. As escadarias externas, relativamente grandes, uma em cada um dos quatro lados – pois em cada um deles "se desfruta de um belíssimo panorama" (2) – obedecem à lógica formal e elevam ainda mais a casa na paisagem. A sala central é o único ambiente a ter pé-direito duplo, coroado por uma cúpula. Escondidas em nichos resultantes da inserção da forma redonda na quadrada, pequenas escadas exploram a verticalidade do ambiente, adicionando uma dimensão a mais ao espaço e ao uso. Segundo Argan, a luz para a arquitetura de Palladio e especialmente para a villa em questão, é ao mesmo tempo ferramenta – ao criar o jogo de claro-escuro resultado de seu processo de justaposição de elementos e objetivo – para a negação do espaço como profundidade. A busca por uma "frontalidade absoluta" se dá através da busca pelo "(...) branco puro, realização cromática absoluta da máxima intensidade da luz, transformação completa da funcionalidade arquitetônica em efeito pictórico." A inserção da obra na paisagem é então aquela que