vigorexia
Gabriel Mascaro, ao enviar uma carta convite por meio de um curioso livro(‘’biblia de quem-é-quem’’) que mapeia as pessoas ricas e influentes da sociedade, traz com seu documentário ‘’elitista’’ a visão de mundo que a high society de três cidades (Recife, que passa por um processo de verticalização relativamente recente ao cenário de outras cidades litorâneas; Rio de Janeiro e São Paulo) brasileiras tem sobre o mundo. Um verdadeiro encontro dos novos e velhos ricos discutindo o quão privilegiados são ao morar em uma cobertura e ter, literalmente, uma visão de cima. Mascaro faz com que sem esforço algum fiquemos provocados e pensativos sobre a desigualdade, satisfação e esquecimento em que convivemos nesse país de extremos. Uns com muitos e outros com tão pouco, um verdadeiro abismo social.
Nas entrevistas realizadas é comum encontramos a segurança(uma moradora de São Paulo tem mais de 50 câmeras espalhadas pelo apartamento e um rapaz de Recife dá o depoimento de que o serviço do lugar onde mora não é suficiente de tal modo que existem 7 andares dos 14 com segurança particular) como um dos motivos pelos quais essas pessoas fizeram a opção de morar no topo dos edifícios. Mas o expectador(que não pertence a esse mundinho particular) percebe que essa escolha vai além disso. O real motivo está no status que esse tipo de moradia dar àqueles que usufruem da mesma, como o empresário de uma famosa night club paulistana relata: “A própria sociedade quando você chega em baixo e diz para o zelador ‘eu vou na cobertura’, as pessoas já te veem de um forma diferente’’. É a possiblidade que essas pessoas dizem ter de viver em outro plano , uma sensação de domínio (‘’a cobertura te dar forças’’) por estar tão distante do chão.
A maior parte dos entrevistados disseram que a privacidade é única comparando-a até com uma ilha(s.f. Extensão de terra cercada de água por todos os lados.
Fig. Objeto completamente isolado.), que podem fazer o que querem sem se