Vicente, Felizmente há luar
No livro, Felizmente há luar, é caracterizado o ambiente político do séc. XIX no qual dá--se uma conspiração, pondo em causa o poder das classes privilegiadas. Por esta razão, vai ocorrer a procura da identidade do chefe da conspiração atraindo assim as pessoas materialistas e oportunistas como Vicente.
Características negativas de Vicente:
• Odeia o povo (embora pertença a esta classe), despreza a sua origem e o seu passado. “…é verdade que nasci aqui e que a fome desta gente é a minha fome, mas é igualmente verdade…que os odeio.” Pág.27
• Recusa inserir-se num grupo social com o qual não se identifica. “É por isso que odeio esta cambada a que pertenço, mas a que pertenço sem querer e com quem não tenho nada de comum!” Pág.27
• Apoiante do poder absoluto. “Honesto e dedicado a el-rei como eu” Pág.33
• É um homem egoísta, calculista e materialista. Os valores pelo qual se rege são: a força e o dinheiro. “Só acredito em duas coisas: no dinheiro e na força” Pág.25
• É um adulador (pessoa que dá graxa), procurando conquistar a simpatia dos governantes. “Excelência: Se pusermos de parte a pessoa dél rei e a vossa, a ninguém tem o povo mais amor.” Pág.34
Características positivas de Vicente:
• Determinado, pois acaba por conseguir os seus objetivos (ser nomeado chefe da policia). “O Vicente… foi feito chefe da policia…” Pág.103
• É lúcido quanto à sua origem e a força corruptora do poder. Uma vez que alguém suba no poder esquece-se rapidamente de quem já foi e dos outros.
→ Vicente é um delator, sendo cúmplice dos opressores, nomeadamente de Beresford, Miguel Forjaz e Principal Sousa. Embora seja um elemento do povo trai os da sua classe, identificando as pessoas que defendem uma revolução apenas por causa da sua ascensão político-social. É um falso humanitário pois não partilha os sentimentos comuns da humanidade e dos seus colegas.
→ É a única personagem que evolui ao longo da obra, começando como