Vicente - Felizmente há Luar
Caracterização de Vicente
A atuação de Vicente, divide-se em dois momentos:
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Num primeiro momento, tenta denegrir junto do povo o prestígio do general, assumindo-se como um provocador e agitador.
“ Vocês ainda não estão fartos de generais? (…) Tu, José: Tens sete filhos com fome e frio e vais para casa com as mãos a abanar. Julgas que o
Gomes Freire os vai vestir? (…) E tu
(…) Julgas que matas a fome com balas? Idiotas! (…) O que eles querem é servir-se da gente”
•Num segundo momento, assumindo o papel específico de denunciar o general a
D. Miguel a troco da nomeação como intendente da política. Ele é indubitavelmente todo aquele que se vende ao poder, de forma pouco escrupulosa. •“Eu, chefe de policia! Estou a ver a cara do povo… (…) o povo a vir bater-me à porta: Meu senhor: Nós não temos pão em casa… Dê-nos uma esmolinha (…) E lá lhes vou dando umas moedas, por caridade “
Vicente
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Luís De Sttau Monteiro caracteriza Vicente como “um provocador em vias de promoção”, representando assim, os delatores.
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Esta personagem é um elemento do povo que trai os seus iguais, chegando mesmo a provocá-los, apenas lhe interessando a sua ascensão político-social. Assim, ele simboliza a falsidade, a ambição e o oportunismo.
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A imoralidade do seu carácter insinua-se no seu discurso provocador, que revela a sua revolta e desprezo por uma classe na qual se recusa a inserir. É um homem frustrado por ter nascido pobre e movido pela inveja e pelo ressentimento.
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Apesar da antipatia que as atitudes de Vicente possam provocar ao público/leitor, o que é facto é que não se lhe pode negar nem lucidez nem acuidade na análise que faz da sua situação de origem e da força corruptora do poder. Vicente é uma personagem incómoda, talvez porque nos faça olhar para dentro de nós próprios, acordando más consciências adormecidas.
Quadro representativo das duas épocas
Tentativa de