Vestuario a Moreninha
A grande maioria dos autores que tratam do tema do vestuário do Século XIX admite aquele ter sido um momento influenciado grandemente pelas mudanças econômicas e políticas vivenciadas pelo mundo ocidental e sentidas a partir das Revoluções Industrial e Francesa. Enquanto aos homens cabia a sobriedade da indumentária, à mulher era conferida riqueza de detalhes e suntuosidade em sua vestimenta.[13]
Dona Carolina
Em “A Moreninha” (1844), Joaquim Manoel de Macedo trás os costumes e gostos da sociedade carioca de meados do Século XIX, através do romance entre um estudante de Medicina e uma jovem de 14 anos. Dona Carolina, a moreninha, por sua beleza ser mais ligada às características tropicais de nosso país – cabelos escuros e pele levemente morena - foi capaz de modificar o ideal de beleza admirado no Brasil do período, de moça loira e pálida.[20]
O amor impossível e a mulher idealizada são temas frequentes na prosa romântica. O final do romance é considerado perfeitamente de acordo com o ideal amoroso romântico e as normas sociais, em virtude de não ter havido adultério ou traição. Tal como as personagens de José de Alencar e de Bernardo Guimarães, a protagonista dessa prosa é tida como um referencial das mocinhas de seu tempo, capaz de despertar admiração nas moças do Brasil do período.
Assim, a heroína romântica de Joaquim Manoel de Macedo tem como principais características a inocência, a pureza, a curiosidade, a espontaneidade, o modo travesso de ser. Além disso, ao contrário da maioria das moças de seu tempo, dispensa futilidades, demonstrando liberdade diante de suas emoções, tornando-se encantadora.
Bastante segura de si, sua vestimenta ajuda a exprimir tal personalidade. Não se preocupava excessivamente com as principais tendências da moda do período, “[...] enquanto as outras moças haviam esgotado a paciência de seus cabeleireiros, posto em