Vermeer Neuroarte

A modelo delicada, com seu olhar direto e os lábios entreabertos, é uma das obras mais famosas do pintor holandês Jan Vermeer, sendo considerada como a Mona Lisa da arte holandesa. Infelizmente, nada se conhece sobre a história de tão esplêndida composição, que apareceu pela primeira vez em 1881, num leilão em Haia, Holanda.
Ao olhar tão delicada composição, o observador é imediatamente cativado pela misteriosa moça com o seu turbante exótico. O tom de sua pele clara e pura é salientado pelo brilho de seu brinco de pérola.
Nesta pintura, Veermer criou os brincos, em forma de gota, usando apenas duas pinceladas de tinta. A luz espalha-se pelo rosto e cabeça da moça, e desce sobre o corpo. A delicadeza da modelo é destacada pelo fundo preto da composição. A imagem é extremamente poética.
Vermeer era responsável por produzir a própria tinta para pintar seus quadros, dominando tal arte com maestria. Ele usava um número pequeno de cores, misturando pouco e fazendo uso de camadas de lacas e vernizes, que traziam a ilusão de vida à pintura. A cor ultramar (igual ao azul do alto mar) muito presente em suas composições, como vemos no quadro acima, no lenço da moça, era a mais cara de todas, sendo obtida através de uma pedra chamada lápis-lazúli. Mesmo assim, Vermeer usou-a não só como joia, mas também para compor o traje de suas personagens pobres e desvalidas. Era a cor preferida do pintor, que a usava tanto como ponto focal como para delinear suas telas. Nunca gostou da azurite, que substituiu o ultramar natural, que era muito caro, pois o bom lápis-lazúli era mais raro e mais caro do que o ouro. Ao pintor preocupava a qualidade.
Romance e Filme
Embora se conheça muito pouco sobre a vida do artista Jan Vermeer, a escritora Tracy Chavalier escreveu o romance Moça com Brinco de Pérola, em que dá vazão à sua fantasia sobre o real motivo que levou o pintor holandês a compor tão bela obra. O romance foi adaptado pela roteirista Olivia Hetreed e dirigido por Peter Webber.
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