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ESTUDO DAS ESTRATÉGIAS ARGUMENTATIVAS
NAS CRÔNICAS PUBLICADAS NO JORNAL O GLOBO
Nathália Rocha dos Santos (UniFOA) nathalia_rsantos@hotmail.com 1.
Introdução
Os estudos linguísticos sobre a argumentação não são recentes. Desde a Grécia Antiga já se discutia a importância do domínio da expressão verbal na oratória, uma vez que os gregos, adeptos do regime democrático, teriam de apresentar e defender publicamente suas ideias. As escolas criaram, inclusive, disciplinas que ensinavam técnicas para dominar a palavra de maneira convincente e elegante.
Dentre essas disciplinas, destacava-se a retórica.
Filósofos como Sócrates e Platão escreveram sobre o assunto.
Porém, coube a Aristóteles sistematizar esse estudo, encarando a retórica como uma arte de provas que visava a descobrir os meios de persuasão possíveis para vários argumentos. Em seu livro Arte Retórica (ARISTÓTELES, s./d.), obra clássica utilizada como referência nos estudos argumentativos, ele ensina como o orador deve proceder para levar o auditório à persuasão desejada através da revelação do verossímil, ou seja, “aquilo que se constitui em verdade a partir de sua própria lógica” (CITELLI, 2007, p. 15).
Com o passar dos séculos, as funções da retórica foram modificadas. As técnicas discursivas e persuasivas foram deixadas de lado e, até o final do século XIX, esse estudo estava vinculado apenas ao embelezamento do texto. Forneciam-se mecanismos com o intuito de tornar o discurso mais bonito, fazendo uso de figuras de linguagem, por exemplo, enquanto que as ideias eram insuficientes. Dessa forma, essa concepção estética fez com que a retórica perdesse seu prestígio.
Na segunda metade do século XX, houve uma renovação da retórica, marcada por estudos voltados para análise do discurso, semântica argumentativa, entre outros, os quais foram responsáveis por sua reabilitação. Chaïm Perelman e Lucie Olbrechts-Tyteca retomam
2826 a teoria clássica