Veja online
28/03/2007
Maior, mas do mesmo tamanho
Nova conta aumenta o PIB – já as travas ao crescimento não saem do lugar
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Giuliano Guandalini
|Germano Luders |
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|Centro de processamento de dados: nova economia deu gás ao PIB |
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, na semana passada, números atualizados sobre o desempenho econômico na última década. O resultado confirmou o que muitos economistas e empresários, brasileiros e estrangeiros, já haviam identificado: a economia do país é maior e mais dinâmica do que as estatísticas anteriores faziam crer. O valor total do produto interno bruto (PIB) ficou 11% maior. Isso ocorreu porque algumas das atividades que mais crescem atualmente, como a telefonia celular e o crédito financeiro, não entravam no cálculo (veja o quadro abaixo). Não que houvesse má-fé do IBGE. Simplesmente não existiam no país, até então, estatísticas confiáveis para aferir corretamente esses e outros setores. A economia brasileira permanece rigorosamente a mesma, apenas o termômetro que a mede se tornou mais eficiente – embora ainda bastante impreciso. Foram refeitas as contas entre 1996 e 2005. Na próxima quarta-feira, será divulgada a nova taxa de crescimento em 2006, que deverá ficar acima dos 2,9% anunciados com base no cálculo antigo.
O governo, diante dos números positivos, não se conteve. "O pibinho virou quase pibão", disse o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. "Em breve o Brasil poderá fazer parte do G-8", festejou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, referindo-se ao grupo das oito maiores economias do planeta. Não é para tanto. O crescimento médio entre 2000 e 2005, período para o qual os novos dados são mais precisos, ficou agora em 3% ao ano. Antes era de 2,5%. Não muda muita coisa.