No século 14, a Europa havia se voltado de novo para o saber clássico. Ofeudalismo cedeu lugar a Estados nacionais, e as universidades, emborafiéis à teologia, passaram a dar atenção também ao conhecimentocientífico. Começava o humanismo. Filósofos como o holandês Erasmo deRoterdã (1469-1536) valorizaram a capacidade do ser humano de moldar asi mesmo por meio da leitura e da liberdade de conhecer.Praticamente ao mesmo tempo, o fundador do protestantismo, MartinhoLutero (1483-1546), criou as bases da educação pública e universal. Emnome do direito de todos de ler e interpretar a Bíblia por si mesmos, omonge alemão deixou um legado duradouros na história do ensino. A IgrejaCatólica reagiu com uma ofensiva dos jesuítas, cujo ensino se baseava emrígida disciplina intelectual e física. No século 17, enquanto o absolutismo triunfava como forma de governonuma Europa que se subdividia em Estados cada vez menores, religião erazão tentavam conviver na cultura. O grande nome racionalista no campo pedagógico foi o do tcheco Comênio (1592-1670), que previu um ensinoque respeitasse a capacidade e o interesse do aluno sem severidade.O século terminou com o despontar do liberalismo, no pensamento doinglês John Locke (1632-1704), convicto de que as idéias nascem daexperiência e não são inatas no ser humano. Os 100 anos seguintes ficarammarcados pela consagração dos direitos civis – liberdade, privacidade, propriedade e igualdade. Para os pensadores da época, a sociedademoderna seria aquela em que as luzes da razão se acenderiam em cada um para usufruir desse aprendizado individual.Tanta fé na civilização e na adaptabilidade do ser humano irritou algunsfilósofos, para quem a humanidade mais perdeu do que ganhou ao seafastar da natureza. Por isso, missão urgente era preservar as