Variações de Humor Segundo a Doutrina Espírita
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VARIAÇÕES DE HUMOR - por Richard Simonetti – Eu estava muito bem, saudável, animado... De repente, sem motivo palpável, caí na “fossa” - uma angústia invencível, uma profunda sensação de infelicidade, como se a vida não tivesse mais graça... Queixas assim são frequentes nas pessoas que procuram o Centro Espírita. Nesse estado toma corpo, não raro, a ideia de que a morte é a solução. Conversávamos com um rapaz que tentara o suicídio ingerindo substância tóxica. Socorrido a tempo, amargava sofrida recuperação. Tentamos definir o motivo de tão grave iniciativa: – Alguma desilusão sentimental? – Absolutamente. Não tenho namorada. – Problemas familiares? – Pelo contrário. Dou-me muito bem com meus pais e irmãos. – Perdeu o emprego? – Trabalho há anos na mesma firma. O patrão parece contente comigo. –Então, o que foi? –É que eu estava entediado de viver. Entrei em estado de tristeza e achei que seria melhor morrer. – Já se sentiu assim, anteriormente? –Sim, de vez em quando... Em Psicologia o paciente poderia ser definido como ciclotímico, alguém com temperamento sujeito a variações intensas de humor – alegria e tristeza, euforia e angústia, serenidade e tensão. Tem períodos de grande energia, confiança, exaltação, alternados com aflições. Muita disposição e iniciativas hoje; amanhã, temores e inibições.
Os períodos negativos podem prolongar-se, instalando a depressão, a exigir tratamento especializado na área da psiquiatria. Como ela se alterna com estados de euforia, em que o paciente parece totalmente recuperado, sem que nada tenha ocorrido para justificar a mudança de humor, emprega-se a expressão “depressão endógena”, algo que tem sua origem nas tendências constitucionais herdadas, algo que faz parte da personalidade do indivíduo.
Há uma retificação a fazer. A tendência à depressão é uma herança, realmente, não de nossos pais, mas de nós mesmos,