Usp manual
Paulo Furquim de Azevedo Ex-Professor do Departamento de Economia da FEA/USP – economista e doutor pela USP. Professor do Departamento de Engenharia de Produção da Universidade Federal de São Carlos.
1. Introdução
O mundo real é certamente muito diferente daquele descrito nos modelos tradicionais de Microeconomia. O exame dos capítulos anteriores conduz indubitavelmente a essa conclusão. Concorrência perfeita, informação disponível sem custos e capacidade ilimitada dos agentes para solucionar problemas são elementos fundamentais aos modelos microeconômicos, mas que dificilmente (melhor dizer, quase nunca) caracterizam o mundo econômico real. Esse afastamento da realidade não necessariamente é um problema para a análise microeconômica, uma vez que seu objetivo não é representar o mundo real, mas apresentar um arcabouço para interpretá-lo melhor. Não raro, contudo, a análise microeconômica no estudo encontra de limites e que não oferece em interpretações adequadas para situações observadas na prática. Isso é particularmente verdadeiro mercados operam concorrência imperfeita. Nesse caso não é razoável supor que as empresas são tomadoras de preços. Ao contrário, empresas de grande porte têm políticas de determinação de seu preço, lançando mão de diversas estratégias - como diferenciação de produto, investimentos em tecnologia (P&D), propaganda e marketing etc. - que têm por objetivo a ampliação da capacidade da empresa de fixar seu preço acima dos custos de produção. Para lidar com problemas dessa espécie, podemos recorrer à literatura de Organização Industrial, que surgiu como reação à incapacidade da
microeconomia tradicional em dar respostas adequadas a problemas reais das empresas e dos mercados. Este capítulo apresenta, em linhas gerais, a Organização Industrial, caracterizando suas principais linhas de pesquisa e sua contribuição à compreensão dos problemas econômicos. Tendo surgido como uma negação à microeconomia tradicional, a