Unidade 1 - Política
1) A filosofia política
Na conversa diária, usamos a palavra política em vários sentidos. Por exemplo, para alguém muito intransigente aconselhamos ser “mais político”; nos referimos também à “política” da empresa, da escola ou da Igreja, como expressões da estrutura de poder interno.
A política é a arte de governar, de gerir o destino da cidade. Explicar em que consiste a política é outro problema, pois, se acompanharmos o movimento da história, veremos que essa definição toma formas, as mais diferentes, conforme a época, assim como variam as expectativas a respeito de como deve ser a ação do político.
2) Poder e força
A política trata das relações de poder.
Poder é a capacidade ou a possibilidade de agir, de produzir efeitos desejados sobre indivíduos ou grupos humanos. O poder supõe dois polos: o de quem exerce o poder e o daquele sobre o qual o poder é exercido.
Para que alguém exerça o poder, é preciso que tenha força, entendida como instrumento para o exercício do poder.
Assim diz o filósofo francês Gérad Lebrun:
“Se, numa democracia, um partido tem peso político, é porque tem força para mobilizar um certo número de eleitores. Se um sindicato tem peso político, é porque tem força para deflagrar uma greve. Assim, força não significa necessariamente a posse de meios violentos de coerção, mas de meios que me permitam influir no comportamento de outra pessoa. A força não é sempre (ou melhor, é rarissimamente) um revólver apontado para alguém; pode ser o charme de em ser amado, quando me extorque alguma decisão (uma relação amorosa é, antes de mais nada, uma relação de forças; conferir as Ligações perigosas, de Laclos).
Em suma, a força é canalizada da potência, é a sua determinação. E é graças a ela que se pode definir a potência na ordem nas relações sociais ou, mais especificamente, políticas”.
3) Estado e legitimidade do poder
Ao poder do Estado, que, desde os tempos modernos (século XVII), configura-se como a