Uma historia de exterminio
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Uma história de extermínio e exclusão Marcos Mazzotta (2001) destaca que muitos indivíduos entendem a situação atual como resultado exclusivo de suas próprias ações ou a de contemporâneos, ignorando a longa construção sociocultural. Compreender a imagem que a sociedade tem hoje do cego, associando-o a figuras como pedintes, vendedores de bugigangas, músicos, adivinhos, leva a investigação de como esses sujeitos foram concebidos no decorrer da história. Em geral, muitas imagens acompanham sentimentos negativos ou fantásticos em relação à cegueira, no tocante à dignidade e capacidade humanas. A educação é eficaz quando contribui para a formação de indivíduos capazes de cooperar e dialogar de forma justa, pacífica e solidária. Que grita frente à miséria humana e reconhece que todo o conhecimento perde seu sentido se não contribuir para o elucidar de temores, de mitos e da ignorância que ainda afloram na atualidade, promovendo recusas, indiferenças e preconceitos. A forma de conceber e agir em relação às pessoas com deficiência se diversificou no decorrer do tempo. No princípio, para sua sobrevivência, o homem retirava da natureza o seu sustento, por meio da coleta, caça e pesca. O nomadismo caracterizou seu modo de vida. Posteriormente, com o predomínio da vida em bando, com a construção de habitações e as mudanças climáticas, o homem fixou-se, domesticou animais e cultivou plantas.
É possível concluir que, neste contexto, o extermínio e abandono desses sujeitos, considerados não aptos a buscar por sua própria sobrevivência, ou a do grupo, eram práticas habituais. José Bueno (1997) esclarece:
...na medida em que as condições de vida do homem o colocavam muito próximo do plano da animalidade, as conseqüências da cegueira se relacionavam com as possibilidades de sobrevivência física e, por isso mesmo, foram identificadas. Segundo Rosita Carvalho, a educação versava para as tarefas do cotidiano e a satisfação das necessidades, caracterizando-se como