Algo inexplicável que aperta com um ser intocável pelo menos enquanto vivo. Uma angustiante respiração e uma raiva sem motivos que habita nas profundezas do meu ser. Vontade de gritar em silêncio. Vontade de uma paz acolhedora. Uma mente frustrada que não conhece o seu ser. Algo completamente inexistente, mas que existe. Algo que se tenta explicar, mas que não tem explicação. Algo que se sente, mas não precisamos de sentir. Querer e não puder, pois temos de ser fortes, temos de mostrar o lado colorido de um ser. Um ser que vive de solidão, um ser escuro com bondade. Um ser criado para bater forte e ser feliz, repleto de mimos e de amor. Mas um ser enraivecido sem raiva, um ser só, um ser abandonado. Um ser que procura, tenta e falha. Um ser como todos os outros. Mas, um ser diferente. De todos os seres, este é o mais misterioso, o mais complexo e o mais simples. O mais alegre a sua tristeza. O mais vivo na sua morte. A morte das palavras silenciosas que acabam por adormecer os anjos. A morte que dá vida a este ser. Pensamentos submersos de sonhos. Sonhos inconvenientes que preenchem o ser com esperança, confiança e ilusão. Sonhos e pensamentos que merecem um fim, mas são infinitos. Nunca vi um ser chorar, mas já senti. Sinto tudo o que sente o ser, mas não consigo explicar o que ele transmite. Penso que ele transmite vida. Penso que transmite amor. Mas o que ele sente é algo sombrio. Algo tenebroso. Algo sem explicação. Este ser merece viver, mesmo eu sabendo que ele vive, mesmo ele pensando que não.