ubs e seu território
Ana Maria Rêgo da Silva
Maria do Socorro Monteiro de Oliveira
Elizabete de Fátima Pólo de Almeida Nunes
Zelma Francisca Torres
Descentralizar para planejar: reconhecendo o território como instrumento para o planejamento local
A transformação das práticas sanitárias para implantação da Reforma Sanitária brasileira, produto de grandes lutas que se travaram nas ultimas décadas, passa por um repensar da operacionalização da Unidade Básica de Saúde.
Durante as décadas de 1970 e 1980 houve uma expansão do número de
Unidades Básicas de Saúde, também chamadas de Postos de Saúde ou Centros de
Saúde. Este aumento, proposital, proporcionou um aumento da cobertura, melhorando de alguma forma o acesso aos serviços de saúde pela população.
Entretanto, a proposta de descentralização dos serviços, ampliação da cobertura, integridade da assistência, regionalização dos serviços com qualidade e resolutividade e racionalidade das ações, que inicialmente foram concebidas como uma estratégias de mudanças do modelo assistencial, não se realizaram e, em muitos locais, a reprodução do modelo baseado na doença, no qual o foco do trabalho é o tratamento curativo, com pouca ou nenhuma valorização das atividade de promoção e prevenção da saúde, continua sendo a pratica hegemônica.
Partimos da premissa de que saúde e doença não são estados estanques ou isolados, de que ter saúde ou doença não é obra do acaso, pois há uma determinação permanente, um processo causal, que se identifica com o modo de organização da sociedade. Parafraseando Breilh apud Almeida et al. (1998) “o processo saúde-doença constitui uma expressão particular do processo geral da vida social”. Sendo assim, o objeto do sistema de saúde deve ser entendido como as condições de saúde das populações e seus determinantes, de modo que alterações positivas nessas condições produzam progressivamente melhores estados e níveis de saúde dos indivíduos e das