Uanda dikamba
Se não amamos o nosso irmão, jamais poderemos dizer que o Amor do Pai está em nós. I Jo 3:20b. Uma das coisas que o discipulado tem me proporcionado é a oportunidade de rever velhos hábitos, pensamentos, falácias, enfim, coisas que "varremos para debaixo do tapete" durante a vida inteira. E nem acredito que seja fruto da vontade e consciência de todos nós, mas, do pseudo-evangelho, formal e teórico, que fomos levados viver. Durante a última semana, percebi uma considerável mobilização nos mais diferentes meios quanto ao Dia da Consciência Negra, e pensando sobre tudo isso, constatei que a Igreja (a nossa) não se manifesta sobre o tema, seja por omissão, ignorância ou cauterização de suas tradições européia e americana. Certamente sua impressão ao ler as primeiras linhas, é que estou advogando em causa própria, todavia, o que passo a relatar não é decorrente da minha origem afro-indígena, mas, da verdade contida nas Escrituras que diz que fomos criados à imagem e semelhança do Eterno. Há expressões que podem causar um certo impacto à sua moral, mas, com o mínimo de sensibilidade há de concordar comigo. Cheguei à conclusão que racismo se ensina, me recordei que em nenhum momento meus pais me ensinaram a identificar as pessoas pela cor, ao passo que em qualquer outro lugar parece ser a forma mais eficiente pra fixar a identidade de alguém. Presenciamos alusões a datas comemorativas, onde, seguindo o exemplo do restante do país, reverenciamos nossos heróis brancos, de militares a personalidades diversas, independentemente do que representam pra nós cristãos, como se a história desse chão fosse construída a partir da influência exclusiva dos colonizadores europeus. Crentes que fazem um presépio no templo com cantatas e dramatizações, e uma "presepada" em casa, enfeitando-a com guirlandas e bolas, numa total alienação da identidade. Com isso, não vejo necessário evocar qualquer