técnico agricola
Nos países da América Latina a magnitude, complexidade e urgência dos problemas rurais ultrapassaram, há muito tempo, as possibilidades de que os governos possam solucioná-los, especialmente porque tentam fazê-lo através do modelo convencional de dependência estatal. A ineficiência do modelo e a insuficiência de recursos para financiá-lo são cada vez mais evidentes. Esta realidade está exigindo que as famílias rurais se tornem mais auto dependentes na solução dos problemas que as afetam. Lamentavelmente, na atualidade muitas dessas famílias não estão em condições de fazê-lo. Entre outras razões, porque não possuem os conhecimentos, habilidades e atitudes que são necessários para poder assumir tal protagonismo; não por culpa delas, evidentemente, mas porque não lhes foram proporcionadas as oportunidades de adquirir tais competências, nem de exercer o referido protagonismo.
Ao não possuírem tais conhecimentos, muitas famílias rurais simplesmente não podem desenvolver-se; entre outros motivos porque não conseguem corrigir as suas próprias ineficiências, melhorar o seu desempenho no trabalho e incrementar a sua produtividade. Mas esta é apenas a primeira parte do grande problema. Adicionalmente, a inadequada formação e capacitação dos agricultores incidem negativamente na produtividade ou rendimento dos demais fatores de produção, que geralmente são escassos: a terra, os animais, as obras de infraestrutura, a maquinaria e os insumos modernos. Em outras palavras, a ineficiência do fator de produção mais abundante (mão de obra) é uma causa adicional da insuficiência dos fatores de produção mais escassos.
Felizmente, até os governos mais carentes de recursos financeiros podem começar a ruptura do círculo vicioso da pobreza rural. Serão bem sucedidos neste propósito se concentrarem os seus esforços no desenvolvimento das capacidades latentes dos habitantes rurais