Turismo - Fluxos e Tendâncias

Portugal num mundo em mudança
Tendências económicas

Joaquim Carrapiço

O turismo: tendências e fluxos
“RECUPERAÇÃO CONFIRMADA, mas o crescimento permanece irregular” eis como o Barómetro do Turismo Mundial, da Organização
Mundial do Turismo1 (OMT), analisava a situação do turismo em Junho de 20102. Por seu turno a Comissão Europeia, mais ou menos na mesma altura, referia3: “o turismo europeu atravessou recentemente uma fase de difícil situação económica, agravada pela erupção do vulcão Eyjafjöll, o que demonstrou a sua vulnerabilidade mas destacou igualmente a sua capacidade de resistência, graças ao facto de as viagens e as férias se revestirem de grande importância para os europeus. A crise económica e financeira que afecta o conjunto das economias desde 2008 teve efeitos não negligenciáveis na procura turística. Mais recentemente, a interrupção do tráfego aéreo durante os meses de Abril e Maio de 2010, devida às nuvens de cinzas vulcânicas, afectou em grande parte as viagens na Europa, causando importantes perdas financeiras às companhias aéreas, às agências de viagens e aos operadores turísticos e prejudicando os próprios turistas.”4 Estes dois exemplos ilustram a atenção com que a evolução do turismo e as suas vicissitudes são monitorizadas em diversas instâncias. Tal não sucede por acaso, pois reflecte a relevância crescente, em termos económicos, sociais e até mesmo civilizacionais, que este sector assume e que a globalização veio acelerar e potenciar.
Pode parecer estranho chamar à colação um acontecimento fortuito como o vulcão islandês de nome impronunciável ou a situação de crise económica que se encontra, espera-se, em início de retoma. Todavia servem estas referências para evidenciar a sensibilidade extrema da indústria turística a contracções da actividade económica em geral, a desastres naturais, a pandemias, ao terrorismo e a fenómenos de instabilidade política ou mesmo a modas. Sendo as tendências resultado da