trindade
Loraine Boettner
Capítulo 6 - Significado dos Termos “Pai”, “Filho” e “Espírito”
Para o nosso tipo de mente ocidental, os termos “Pai” e “Filho” carregam com eles, por um lado, as idéias de origem e superioridade, e por outro, de subordinação e dependência. Na linguagem teológica, contudo, eles são usados no sentido semítico ou oriental de semelhança de natureza. É, com certeza, a consciência semítica que sustenta a fraseologia da Escritura, e onde quer que as
Escrituras chamem Cristo de o “Filho” de Deus, elas afirmam sua verdadeira e justa Deidade. O termo “Filho” é aplicado a Cristo, não meramente como um título oficial em conexão com a obra da redenção, nem por causa de Sua encarnação ou nascimento sobrenatural, nem por causa de Sua ressurreição, embora nestas considerações Ele é preeminentemente o Filho de Deus - mas, primariamente para designar uma inerente relação trinitária.
Na economia da redenção, e para a realização de um propósito específico, Ele temporariamente aceitou uma posição subordinada àquela do Pai. Em seu profundo sentido, esta é uma filiação única que não pode ser predicada de, nem compartilhada com, qualquer criatura. Pai e Filho são coeternos e co-iguais em poder e glória, participantes da mesma natureza e substância, e sempre existiram como Pessoas distintas. O Pai é, e sempre será, tão dependente do Filho como o Filho é do Pai, porque, como precisamos ter em mente, auto-existência e independência são propriedades não das Pessoas dentro da Deidade, mas do Deus Triuno.
Em Hebreus 1:5-8, por exemplo, o escritor apresenta a superioridade de Cristo como uma Pessoa
Divina. Sendo Divino, ou Divindade, a expressa imagem do Deus invisível, Ele é chamado o
“Filho” de Deus, que significa precisamente a mesma coisa. Ele veio ao mundo como o Filho, e existiu desde a eternidade como tal. Sendo o Filho, Aquele através de quem os mundos foram criados e o Herdeiro de todas as coisas, Ele é declarado pelo escritor como