tribos urbanas
A partir da adolescência, os jovens começam a fazer um contato mais direto com o mundo externo, sendo influenciados pelos amigos e pela mídia. Desse jeito, eles se distanciam dos pais e ficam mais próximos dos colegas, se juntando nas chamadas tribos urbanas, grupos em que os membros compartilham algum interesse em comum.
As tribos representam um importante contexto sócio-afetivo alternativo. Especialmente quando o adolescente busca uma maior autonomia em relação aos pais. Na adolescência, os grupos e pares emergem como fonte comportamental dos adolescentes.
Uma particularidade das tribos é o caráter volátil de seus vínculos internos, o que tanto torna sua dinâmica social muito rica, como enfraquece as ligações entre os membros, comprometendo o engajamento em projetos cooperativos de maior duração (Maffesoli, 2000).
Maffesoli define tribos urbanas como agrupamentos semi-estruturados, constituídos predominantemente de pessoas que se aproximam pela identificação comum a rituais e elementos da cultura que expressam valores e estilos de vida, moda, música e lazer típicos de um espaço-tempo. Uma tribo define-se por uma socialidade frouxa, pela lógica hedonista e o não-compromisso com a continuidade na linha do tempo, expressa na valorização do aqui-agora (Coutinho, 2001). Ao mesmo tempo, seu caráter dinâmico e em constante transformação lhe confere um potencial criativo, inovador, que não pode ser desprezado.
As tribos são comunidades empáticas, organizadas em torno do compartilhamento de gostos e formas de lazer. Os vínculos comunitários perduram enquanto se mantém o interesse pela atividade (uma apresentação musical, uma festa ou manifestação política). Os membros da tribo se portam como personagens de um enredo imaginário (Gonçalves, 1999), o que configura sua identidade de papel, uma persona: para cada situação um papel e para cada papel uma identidade, que evoca a exposição de determinados elementos de