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O presente ensaio pretende discutir o contexto econômico essencial que permeou o sistema monetário-financeiro internacional de Bretton Woods, estabelecido no pós 2ª Guerra Mundial. O objetivo principal era submeter a ordem econômica e política global em torno dos EUA, o país fiador do sistema, ao mesmo tempo concedendo aberturas favoráveis aos integrantes periféricos de modo a agrupá-los em torno de uma hegemonia consensual americana em um contexto de Guerra Fria. Nele estão presentes as circunstâncias que levaram ao retorno a um regime de padrão ouro (mesmo que as taxas de câmbio tivessem sido fixadas em relação ao dólar e não mais ao ouro), bem como o funcionamento dos ajustes macroeconômicos necessários para a sustentação da paridade cambial. Em relação a isso, pretende-se demonstrar que a nova diretriz de prioridade que os países capitalistas ocidentais deram ao equilíbrio interno e à crescente internacionalização dos movimentos de capitais tornaram insustentável a manutenção do sistema. Por fim, caracterizam-se algumas causas principais dos desequilíbrios que levaram ao acúmulo de pressões fatais no final da década de 1960, culminando na maxidesvalorização do presidente americano Richard Nixon em 1971 e o rompimento da ordem global vigente.
Este artigo foi submetido à primeira chamada de artigos Mundialistas, aceito e publicado como Artigo do Mês.
Panorama global
A construção do moderno Estado de bem-estar social foi gradativa e envolveu a adoção de várias políticas distintas – e muitas vezes contraditórias – pelos mesmos países que tanto se antagonizaram no período que envolve as duas guerras mundiais. Exemplificando, a França do imediato pós-guerra pode ser vista como um símbolo do atraso relativo da Europa Continental em adotar a forma mais “modernizante” e dinâmica de capitalismo dos EUA: “Necessitavam de uma produção maior e de mais