Trangenicos
Pesquisadora Karla Tepedino, do laboratório da Oxitec, de Campinas, com larvas do mosquito modificado Em uma porta de vidro o símbolo internacional de risco biológico e um adesivo como os seguintes dizeres: “proibida a entrada de pessoas não autorizadas”. Ela só abre se o sensor for acionado por um cartão, que somente pessoas autorizadas possuem. A estrutura é parecida com aqueles laboratórios de filme de ficção científica, mas o local é totalmente real. Trata-se da fábrica de mosquitos transgênicos, considerados a nova arma no combate à dengue.
A unidade produz exemplares do Aedes aegypti que tiveram seu DNA alterado para não deixar descendentes, com o objetivo de reduzir a população do mosquito na natureza e diminuir a incidência da doença. A estratégia consiste em soltar os machos transgênicos no meio ambiente para que eles copulem com as fêmeas selvagens, sem que haja descendentes. Só machos são soltos porque eles não picam e não transmitem a doença.
Essa tecnologia é de responsabilidade da empresa britânica Oxitec, que inaugurou, na última terça-feira, sua primeira fábrica brasileira, em Campinas. A empresa tem a capacidade de produzir 2 milhões de mosquitos transgênicos machos por semana. Na fase inicial, a produção chega a 500 mil. O Diário esteve no local e traz todos os detalhes dessa fábrica de mosquitos. A tecnologia foi criada pela empresa em 2002, ainda em Oxford. Por um intermédio do Consulado Britânico, a Oxitec realizou os primeiros testes no Brasil. Em cidades da Bahia, foi constatada uma redução de 90% da população de Aedes aegypti selvagens nos locais em que os mosquitos transgênicos foram utilizados.
Em abril deste ano, o método foi liberado pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), mas a comercialização dos insetos transgênicos ainda precisa ser autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Essa é a primeira vez que se fala em comercializar um