Tradições e Cultura popular

Inovação, palavra facilmente encontrada nos textos, O Campo de Embates Simbólicos sobre os Usos da Tradição, do autor Hugo Menezes Neto, bem como no texto, Tradição e Invenção nas Culturas Populares, de William Fernando Torres, onde cada autor, levando em consideração sua realidade, trata do uso das tradições frente recriações e mudanças, sendo elas desde ambientais, a socioeconômica ou para aceitação, levantando questionamentos sobre essa necessidade para a manutenção e preservação dos bens culturais.
Etnograficamente, tradição revela um conjunto de costumes, crenças, práticas, doutrinas, leis, que são transmitidos de geração em geração e que permitem a continuidade de uma cultura ou de um sistema social, significando ‘entregar’, ‘ato de repassar’, sabendo disso nossos autores contemplam em sua discussão as formas de repasse dessas tradições na cultura popular, acompanhando algumas práticas específicas, como a quadrilha, bem como observando hábitos e costumes de diferentes povos.
Em tempos de globalização, de informações e comunicações ‘online’, vê-se no campo das tradições a utilização, por alguns, de novas ferramentas na justificativa de atualização do processo criativo, em respostas as exigências lançadas pelos mercados, consumidores e dos próprios produtores culturais. Essa observação aparece claramente no discurso dos responsáveis pela montagem do que hoje podemos chamar de espetáculo junino, as quadrilhas estilizadas e recriadas que evoluem no São João do Recife, lançam mão de inovações que vão desde figurino, as coreografias e temas desenvolvidos, mas consideram ainda assim que se mantém respeitando as tradições por seguirem mantendo características básicas, como o casamento e os passos tradicionais que compõem as coreografias, mesmo assim segundo os defensores do tradicionalismo, acabam por descaracterizar e espetacularizar a brincadeira de origem matuta e rancheira, colocando em cheque a preservação e o repasse da originalidade do folguedo em sua