Trabalhos acadêmicos
Em 1989, na cidade de João Pessoa, Leneide Maia Tavares, Dona Parea como é conhecida, trazia rapadura de sua terra natal, Catolé do Rocha, cidade interiorana da Paraíba, e as vendia em feiras livres em João Pessoa. Verificando que seria possível montar sua própria “bodega”, resolveu conversar com sua mãe, Leopodina, sobre a ideia: – “ Mãe, vou abrir uma bodega pra vender rapadura” – Sua mãe, por sua vez, ficou assustada, “ Não criei minha filha pra ser Mangaieira” – Mangaieira é a pessoa que trabalha no Mangai. Mangai é uma expressão popular, usada em algumas cidades do interior nordestino, para designar uma feira, um lugar onde você encontra de tudo um pouco. Dessa conversa surgiu o nome da bodega de Dona Parea, o Mangai, que logo, contou com o apoio do marido e filhos.
No início, o Mangai era instalado em uma pequena área, tendo uma estrutura arquitetônica que se caracterizava como uma casa de fazenda, dando um ar bucólico e prazeroso. O Mangai começou vendendo, apenas, produtos do sertão como rapadura, queijo de coalho, queijo de manteiga, carne de sol, frutas e verduras. Com o tempo, passou a produzir o queijo de manteiga na própria casa, em dois horários do dia, ensejando a presença de muitos clientes que queriam desfrutar do sabor do queijo natural, fresco e quentinho. A necessidade dos próprios clientes foi fazendo com que o Mangai moldasse sua estratégia.
Algumas vezes, os clientes, ao desfrutarem de um queijo de manteiga saindo da fornalha, diziam: – Mas que delícia de queijo, se tivesse um pãozinh..! e aí, Dona Parea, com toda proatividade que lhe é peculiar chamava: -“Chega menino, dê uma “carrera” e compra ali um real de pão para meu cumpadre”. E logo em seguida, o cliente não