Trabalho Sociologia Marxista Contemporânea

1° SEMESTRE DE 2009
István Mészáros se dedica na obra Filosofia, Ideologia e Ciência Social ao estudo da ideologia sob suas diversas formas, tanto sob o aspecto de suas características estruturais como de suas condições materiais e sociais, de seus mecanismos de emergência e de transformação. No ensaio aqui tomado o autor se dedica à relação entre ideologia e ciência social, esta última entendida como uma forma de discurso específica, que exerce sua função no quadro geral da prática social. É a partir desta perspectiva que o autor procede em Ideologia e Ciência Social a um levantamento crítico de algumas abordagens importantes que já se debruçaram sobre o tema, e avalia então os fundamentos e a validade científica destas teorias. De partida, cabe esclarecer brevemente o sentido da noção de ideologia. Em Marx o termo inicialmente assume um sentido pejorativo, por dizer respeito a um conceito que implica uma ilusão, uma falsa consciência que deforma a realidade através da ideologia dominante da sociedade. N´A Ideologia Alemã está presente esta discussão sobre a universalização dos interesses da burguesia, e da ideologia ser tanto conseqüência da estrutura econômica como pressuposto do seu funcionamento pacífico, o que se aplicaria ao estado, ao direito e à ciência, que apareceriam como simples expressões do poder da burguesia – daí o caráter histórico destas formas, em oposição à aparência natural e eterna que elas tentam assumir indefinidamente sob a ordem capitalista. Entretanto, dentro da própria trajetória marxista o termo assume um outro sentido, de ideologia enquanto uma concepção da realidade social vinculada aos interesses sociais, ou seja, vinculadas à posição de classe. Tratar-se-iam então de conjuntos vastos e orgânicos de “valores, crenças, convicções, orientações cognitivas, de doutrinas, teorias, representações, identificado sob a perspectiva de classe” (LÖWY: 1985). A esse respeito Michael Löwy faz uma síntese apropriada quando analisa