Trabalho sobre alberto caeiro
O meu olhar azul como o céu
É calmo como a água ao sol.
É assim, azul e calmo,
Porque não interroga nem se espanta...
Se eu interrogasse e me espantasse
Não nasciam flores novas nos prados
Nem mudaria qualquer cousa no sol de modo a ele ficar mais belo.
Mesmo se nascessem flores novas no prado
E se o sol mudasse para mais belo,
Eu sentiria menos flores no prado
E achava mais feio o sol...
Porque tudo é como é e assim é que é,
E eu aceito, e nem agradeço.
Para não parecer que penso nisso.
Dentre as características apresentadas acima, que estão presentes no autor, podemos citar como presentes no texto as que seguem: objetivismo, pois Caeiro não se utiliza de nenhum recurso subjetivo para a interpretação de seu texto. Sua linguagem é direta e objetiva, sem figuras de linguagem , a não ser por simples comparações como "meu olhar azul como o céu".
Seus versos são livres, não possuem métrica nem rimas, seu vocabulário é pobre e o tempo verbal predominante é o presente do indicativo.
Caráter antimetafísico, é a característica predominante no poema, entendida como a recusa do pensamento e da compreensão. Caeiro afirma que pensar obstrui a visão ("pensar é estar doente dos olhos") e que, ao pensar, entramos num mundo complexo e problemático onde tudo é incerto e obscuro e que a única realidade é a sensação. Esse pensamento é expressamente demonstrado no poema, como por exemplo nos versos "Porque tudo é como é e assim é que é, E eu aceito, e nem agradeço. Para não parecer que penso nisso." Podemos ver a aversão ao pensamento e sua aceitação sem questionamentos de tudo, que para ele "é o que é", e além do mais, Caeiro pensa que a natureza não deve ser modificada, uma vez que não pode se entendida, somente contemplada, como sugerem o versos "Nem mudaria qualquer cousa no sol de modo a ele ficar mais belo. Mesmo se nascessem flores novas no prado E se o sol mudasse para mais belo, Eu sentiria menos