Trabalho Psicanálise
A pulsão
O termo "pulsão" atravessa toda a teoria psicanalítica e, no entanto, decorrente das traduções de alguns autores, em algumas ocasiões sofreu a perda do seu real sentido. Muitas obras (e autores) consideram a "pulsão" como o correspondente ao "instinto"; porém no original alemão existem os dois termos, Instinkt e Trieb, utilizados na obra de Freud cada qual com o seu significado próprio. Instinkt revela um comportamento animal herdado através da hereditariedade em uma determinada espécie, e que varia muito pouco (ou nada) de um ser para o outro, com uma finalidade mais ou menos definida. Trieb indica o sentido de impulsão, realçando mais a pressão irredutível do que a meta final em si.
A pulsão, na concepção freudiana é, portanto, “um conceito situado na fronteira entre o mental e o somático,... o representante psíquico dos estímulos que se originam de dentro do organismo e alcançam a mente” (Freud, 1915/1976, pág.142) Ela é uma carga de excitação que o corpo precisa aliviar. Uma excitação que encontra sua fonte no próprio corpo (zonas erógenas) vinda das necessidades mais primárias de sobrevivência; Freud deu o nome de libido à energia das pulsões; já o propósito é sempre a descarga da excitação e, não se refere somente à questão genital, mas foi no âmago da sexualidade humana que Freud veio traçar a noção de pulsão. Esta descarga objetiva a volta do corpo a uma condição anterior, de equilíbrio, que existia anteriormente ao crescimento da carga de excitação. O objeto é sempre aquele que se torna capaz de oferecer a satisfação, pelo menos como depositário de descarga, sendo que um único objeto poderá servir a várias pulsões ao mesmo tempo. Um exemplo disso é a boca,