Trabalho Portugues
De que maneira o universo ficcional criado pelo conto efetiva seu caráter humanizador?
Grupo: José Sérgio, Marcelo Augusto, Mateus Miranda, Lídia Silva
Turma: C
Introdução:
Braz José Coelho (2003apud COELHO, 2006) afirma que a Literatura “procura colocar em crise as certezas, insuflar a dúvida, desorganizar o que se acha burocraticamente arrumado, quebrando a casca das aparências”. E isso é o que se presencia nessa obra de Marina Colasantti, que coloca toda complexidade humana, todos os problemas sociais e inúmeras relações travadas em uma sociedade em contos ficcionais e aparentemente descompromissados com qualquer viés social. Dessa forma a autora apresenta o real de forma distinta, dando a esse um novo olhar, com a intenção de um melhor entendimento de nós mesmos, recorrendo ao fantástico como metáfora de situações do cotidiano. Cumpre-se assim o papel essencial da Literatura: a humanização.
A morte e o rei Nessa narração fantástica temos como protagonista uma criatura que habita o imaginário e desperta o medo de todos: a morte. No conto, ela se encontra na missão de ir buscar um grande rei, detentor de grande fortuna e perspicácia. Por tal característica, a nobreza se acha capaz de enganar a própria morte, por conseguinte modificar seu destino. O fantástico nessa obra se tem logo nas primeiras palavras, onde se é narrado a chegada da morte ao castelo e o acordo firmado pelas duas personagens já citadas: “_ Vim buscar-vos senhor – disse sem rodeios. _ Não contestaria tão definitivo sem boa razão – respondeu o monarca, com igual precisão. – Peço-lhe, porém, que não partamos já...” (Colasantti, 2009, p.9). Tal passagem metaforiza algo comum para todos: o destino. Esse, representado como a morte, demonstra o tão quanto é absoluto e certo: “Diante da muralha, se quer chamou ou operou para bater o portão” (Colasantti, 2009, p.9).