TRABALHO DE ECONOMIA
A lógica de construção dos sistemas educativos tem possibilitado inúmeras análises que decorrem da ponderação dos vários condicionalismos que concorrem para a interpretação da construção político-ideológica da educação. Uma interpretação possível passa por ver uma educação que tende cada vez mais a invocar os valores conservadores com uma tradição secular neoliberal. Uma orientação que tende, em muitos casos, a sugerir uma profunda interligação entre a economia como sistema central, o trabalho que aí é necessário desenvolver e a educação que, por força daqueles valores, possa e, deva, promover o desenvolvimento económico, recorrendo-se a uma racionalização gerencialista, deixando antever que poder-se-á estar a invocar um sentido de construção de uma educação altamente instrumentalizada. Nota introdutória
O sistema educativo tem vindo a evoluir para formas que o vão afastando de um verdadeiro projecto educacional, tendo como principal referência desse projecto, o desenvolvimento pessoal e social dos indivíduos, passando a consignar os seus principais objectivos ao desenvolvimento dos sistemas produtivos, para os quais esses mesmos indivíduos devem ser formados e qualificados mas não, necessariamente, educados. Neste sentido, o que parece estar a acontecer é que o tecido económico tenta cada vez mais monopolizar os currículos escolares e formativos devotados aos interesses organizacionais e menos aos interesses dos seus trabalhadores. Assiste-se a um género de adestramento industrial e economicista1. Desmistificando a ideia de que o desenvolvimento económico determina, objectivamente, as necessidades educativas dos indivíduos, é visível uma tendência crescente para os agentes económicos tentarem monopolizar o "objecto" educativo em favor dos dogmas da competitividade, qualidade, eficácia, eficiência e rentabilidade.
Esta reflexão debruça-se sobre o tipo de influências que o sistema económico tem na construção e definição do sistema educativo.