Trabalho de conclusão
Trabalho apresentado na disciplina História da Educação I, ministrada pelo Prof. Dr. Carlos Monarcha.
Universidade Estadual Paulista
“Júlio de Mesquita Filho”
Faculdade de Ciências e Letras
Campus de Araraquara
Neste trabalho de final de disciplina abordaremos algumas ideias de Philippe Ariès sobre a história da infância na Idade Média e no Antigo Regime e as possíveis relações entre o surgimento do sentimento de infância no interior da chamada família moderna.
A infância na idade média
Na idade media por volta do século XII à infância era desconhecida, as crianças não tinham características particulares, e quando representadas na iconografia não distinguiam em nada de um adulto, eram apenas reproduzidas em escala menor, sem diferenças na expressão ou nos traços.
“O leitor moderno do diário em que Heroard, o médico de Henrique IV, anotava os fatos corriqueiros da vida do jovem Luis XIII fica confuso diante da liberdade com que se tratavam as crianças, da grosseria das brincadeiras e da indecência dos gestos cuja publicidade não chocava ninguém e que, ao contrario, pareciam perfeitamente naturais.” (ARIÈS, 1981, p.75)
Esse comentário nos deixa extremamente nítido o fato de que não havia pudor em relação a qualquer assunto relacionado as crianças, e que elas viviam no meio dos adultos e eram tratadas como o mesmo. Na iconografia do século V aparecem os traços da futura arte românica, onde era reduzido o tamanho dos corpos dos mortos.
“O moribundo exala uma criança pela boca numa representação simbólica da partida da alma. Era assim também que se imaginava a entrada da alma no mundo quer se tratasse de uma concepção miraculosa e sagrada.” (ARIÈS, 1981, p. 19).
Na arte medieval as crianças eram usadas para representar as almas, e em geral apareciam nuas e eram assexuadas. A criança desapareceu da iconografia, e então