Trabalho de antropologia

O primeiro texto que tem como título “A cor dos ossos: narrativas científicas culturais sobre “Luzia”, um crânio pré-histórico do Brasil”, gira em torno da descoberta do crânio de uma mulher escavado em Lagoa Santa, Minas Gerais que é tido como um dos mais antigos remanescentes ósseos humanos das Américas. Essa descoberta proporcionou debates sobre a ocupação do continente americano, além de estar relacionado a debates sobre a ancestralidade do povo brasileiro. O bioantropólogo Walter Neves apresentou uma pesquisa craniométrica com um conjunto de crânios humanos advindos da América do Sul, propôs uma nova teoria para a ocupação do continente americano afirmando que tal evento teria acontecido num período anterior ao que se supunha ter sido, protagonizado por humanos com características “negroides”, diferentes das “mongoloides” encontradas nos indígenas atuais, anos depois o crânio de Luzia tornou-se emblema das proposições de Neves. Os procedimentos adotados por Neves e seus colaboradores baseiam-se na coleta de dezenas de medidas cranianas. Nos dias de hoje a arquitetura craniana é vista como possuidora de certa dose de determinação genética, mas não exclusivamente. A questão “Luzia” não ficou restrita na comunidade científica, ganhando grande notoriedade na sociedade, notoriedade essa, em grande parte, graças à reconstrução facial a partir do crânio, mesmo essa reconstrução não sendo de fato um retrato perfeito do que era real, aproxima o que antes era somente “osso” e personifica através dessa reconstituição e atribuição de nomes a um ancestral remoto que a partir dessas implicações foi voltado para um público mais amplo proliferando assim as apropriações culturais em torno de Luzia. Luzia foi absorvida no contexto do Brasil passando a ser associada ao imaginário nacional sobre o passado étnico e cultural dos brasileiros. Toda essa discussão estava presente num contexto onde o Brasil estava prestes a completar 500 anos de