TRABALHO APS
MICROCRÉDITO
O microcrédito, e, por que não dizer, a indústria de micro finanças de maneira geral, consiste em tema de grande presença na mídia nos últimos tempos – em especial após o início do mandato do Presidente Luís Inácio Lula da Silva, em janeiro de 2003.
O Brasil apresenta um grande contingente de pessoas excluídas do sistema financeiro e de micro negócios totalmente informais, sem acesso a crédito ou outros serviços bancários. Está situação ocorre paralelamente, e apresenta relações que se confundem entre causa e efeito da concentração de renda e cenário de disparidade social que se apresentam no país. As micro finanças – e em especial o microcrédito - apresentam-se, dada sua intensa orientação à população de baixa renda, como ferramentas poderosas para reverter esta situação, mas ainda pouco aplicadas no país em relação ao universo potencial de clientes existente.
A importância do Microcrédito
O Brasil representa um mercado significativo para as micro finanças, dado o tamanho do país em termos físicos, econômicos e populacionais. São cerca de 8,5 milhões de quilômetros quadrados, mais de 170 milhões de habitantes e a maior economia da América Latina e a oitava em termos globais.
Olhando o país pelo lado das características socioeconômicas, vê-se, de forma clara, que o ambiente é propício para o desenvolvimento das micro finanças. Ainda que sua economia esteja entre as maiores do mundo e sua renda per capita ultrapasse a da maioria dos países latino-americanos, a desigualdade na distribuição da renda nacional está entre as mais pronunciadas do mundo: os 10% mais abastados da população auferem cerca de 49% da renda total, o que sugere que uma parcela expressiva da população poderia fazer uso de atividades de micro finanças.
O ambiente é propício, mas as atividades de micro finanças no Brasil apresentam baixas taxas de penetração sobre a população elegível (cerca de 2%, como se verá mais à frente neste trabalho). A instabilidade econômica