Totalitarismo
Introdução:
Muitas vezes nos perguntamos se a sociedade que produziu o Nazi-fascismo participou efetivamente do processo de produção desse fenômeno totalitário ou se ela foi enganada. Engana-se quem acha isso. Aquilo foi uma opção motivada por um sentimento muito íntimo, que o indivíduo toma individualmente ou coletivamente em alguns momentos. Ou seja, a opção que uma parcela significativa da população alemã tomou naquele momento. Não só a sociedade alemã, mas a italiana, a espanhola e outras menos importantes, optaram por uma forma de governo que realizou tantas atrocidades como foi o Nazi-fascismo.
Existe uma análise que pega toda a história da humanidade e nivela de forma horizontal todas as tiranias, todas as ditaduras, todos os regimes que foram centralizadores. Essa forma de entender o fenômeno totalitário é equivocada, porque ela parte do pressuposto errado, que é desconsiderar o contexto do qual cada fenômeno surge e age. Você não analisa a história desse jeito. Dizer que Hitler e Mussolini são uma reedição de Luís XIV, Henrique VIII e tantos outros monarcas da Idade Moderna, dizer que o totalitarismo é uma reedição do absolutismo da época moderna é um erro grave, porque você está igualando contextos históricos que foram completamente diferentes. E está desconsiderando os valores e princípios que as sociedades cultuam e cultivam em determinados momentos. E esses valores da sociedade do século XIII e XIV que produziram Henrique VIII, Luís XIV, eram completamente diferentes dos da sociedade européia no “Entre Guerras” que produziram Hitler, Mussolini, Salazar, Franco e outros. Ou seja, os grandes fenômenos da História só podem ser entendidos com auxílio dos valores da sociedade em questão. Portanto, não posso dizer que Hitler é uma reedição de qualquer monarca absolutista da Idade Moderna, embora os ditadores possuam semelhanças. Os ditadores têm uma série de pontos semelhantes, mas não são iguais.
Há uma outra interpretação