Topografia Imaginária da Loucura em Itabuna

Topografia imaginária da loucura em Itabuna: lugares e referências para o cuidado em saúde mental na perspectiva da população

Lima Júnior, João Mendes de 1
Barros, Carmen Silvia Silva Camuso 2
Silveira, Leilanne Santana3
Santos, Maria de Lourdes dos4
Sousa, Valéria Passinho5
Imperial, José Carlos6
Pinheiro, Eulina Cristina de Santana7

A Reforma Psiquiátrica no Brasil surge na década de 70 instituindo a necessidade de superação da hospitalização psiquiátrica. Em virtude disso, surgem os serviços substitutivos, os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Paralelo a isso, surge também no Brasil o movimento de Reforma Sanitária que preconiza um sistema de saúde descentralizado, pressupondo responsabilidades atribuídas aos municípios. Com a combinação desses dois movimentos as cidades também passam a ter um papel importante na reconfiguração dos cuidados aos portadores de sofrimento mental bem como na resignificação da loucura no imaginário social. A história da loucura narrada por Foucault (2008) traça mapas da loucura que clarificam a situação estigmatizada do louco e culmina com a exclusão, tema ainda atual. Prática comum desde a idade média, afastava-se para longe das cidades quem estivesse fora dos padrões mentais e morais. A expulsão, afastamento e isolamento através dos muros manicomiais perdurou durante séculos no imaginário da humanidade. A posição de doente submetido aos rigores institucionais e a crescente medicalização ‘apagou’ o sujeito, amoldando-o aos processos disciplinares. Estratégias repetidas e reproduzidas nas diversas instituições manicomiais. Para Basaglia (2005, p.26), os muros continuavam com a função de proteger a sociedade dos alienados. Porém, surge novo olhar na psiquiatria, o olhar da liberdade, donde o manicômio passa ser ‘o lugar do qual deve ser defendido e salvo’. Inaugura-se um redesenho da loucura, passando não apenas pelo redimensionamento dos lugares para os loucos, mas também por movimento inverso ao da segregação