Todo Tipo
As concepções sobre aspectos do mundo natural e o social são construídas num complexo processo de feedback no qual modelos teóricos e impulsos sensórios são assimilados e acomodados em uma sequência automodificante de predições e testagens (Arib e Hesse, 1986). Essa é uma perspectiva que vê o conhecimento organizado por estruturas exploratórias que são construídas e, por sua vez, servem como lentes interpretativas para a compreensão dos fenómenos e das experiências (Watzlawick, 1984).
Como um amplo princípio, o construtivismo pressupõe que o conhecimento é construído activamente pelo aluno via interacção com os objectivos – de acordo com algumas interpretações do trabalho de Piaget e através da interacção social (Vygotsky, 1988). É minha intenção, aqui, argumentar sobre o importante papel que o professor desempenha nessa construção.
1. Construção do conhecimento
Apesar de Piaget e Vygotsky partilharem algumas crenças por exemplo, que o desenvolvimento é um processo dialéctico e que as crianças são cognitivamente activas no processo de imitar modelos em seu mundo social (Tudge e Winterhoff, 1993 ) eles divergem na ênfase sobre ouros aspectos. Eu gostaria de apontar e analisar três desses aspectos divergentes e mostrar como eles fundamentam minha proposta:
Desenvolvimento versus aprendizagem
Interacção social versus interacção com os objectos
Interacção horizontal versus interacção vertical.
No primeiro aspecto, temos, por um lado, a convicção de Piaget de que o desenvolvimento precede a aprendizagem e, por outro, a afirmação de Vygotsky de que a aprendizagem pode (e deve) anteceder o desenvolvimento. Um primeiro exame dos estudos Vygotskianos nos mostra que os problemas relacionados com o processo ensino aprendizagem não podem ser resolvidos sem uma análise da relação aprendizagem desenvolvimento (Rogoff e Wertsch, 1984. Vygotsky (1988) diz que, da mesma forma que algumas