Tialismo

Matheus Câmara da Costa
A contemporaneidade tem permitido que, cada vez mais, mulheres consigam se inserir no mercado de trabalho. Assim como os homens, para as elas, as jornadas de trabalho demandam que se afastem de suas casas na maior parte do dia para cumprirem com suas atividades. Nesse sentido, a figura que historicamente concentrava os cuidados com os filhos, principalmente quando esses ainda eram crianças, se afasta do ambiente familiar, em prol do trabalho, e necessita encontrar soluções para que sua primeira função, a de estar com as crianças, seja feita.
Como possibilidade para o problema exposto, a contratação de “cuidadoras” ou babás se mostraria como a mais viável. Porém, diante dos vários casos expostos pela mídia, relatando os maus tratos dessas profissionais com as crianças, tem feito muitas mulheres abolirem essa possibilidade. É então que a instituição escolar aparece como solução. As creches ou escolas de tempo integral, com todo o quadro funcional de professoras, pedagogas, se mostram uma alternativa viável e segura para que as “mulheres mães” possam entregar seus filhos aos cuidados de terceiros e cumprirem suas jornadas de trabalho com o mínimo de preocupação. É esse o contexto que torna perceptível que, cada vez mais, crianças ingressam nas instituições escolares com uma média de idade pequena, se comparada à outros períodos históricos.
Meninos e meninas de um ou dois anos são levados à um ambiente totalmente novo, distinto do ambiente residencial, o qual percebiam, entre outras, a presença constante da figura materna. O ambiente escolar, permeado de cores, espaços novos, brinquedos, é pensado, ou deveria ser, da maneira que se torne mais aconchegante para os pequenos, mas é baseado em regras que, por vezes, não se faziam presente no ambiente residencial. Horários determinados para alimentação, para brincar, para aprender conceitos iniciais se apresentam estranhos, de inicio, à realidade das crianças. É nesse sentido, então, que aparece